Quem vê uma cadeira, mesa ou armário planejado com o nosso design com alma brasileira, não imagina que por trás de suas formas está um estudo profundo de um conceito denominado ergonomia. O termo é a junção de ergos, que em grego significa trabalho, com nomia, que significa normas, ou seja, normas de trabalho. Aplicamos o conceito em todo o processo do design de produto, assim como na arquitetura e na marcenaria, independentemente de ser dedicado ou não à movelaria corporativa.
O objetivo da ergonomia é aumentar o conforto, saúde e segurança da pessoa que utiliza determinado móvel. Suas medidas são fruto de uma análise profunda de movimentos e estruturas corporais. Um dos métodos utilizados para a definição da ergonomia no trabalho é o OWAS, desenvolvido pelos pesquisadores finlandeses Karku, Kansi e Kuorinka. “Esse método é utilizado para avaliação de riscos ergonômicos de posturas. Baseado na classificação simples e sistemática das posturas de trabalho, combinando com observações das tarefas, se trata das observações e registro das posturas adaptadas pelos segmentos corporais: tronco, peso e extremidades”, explicam Hygor Garcia, Janusa Araújo, Danielle Campos e Priscila Bueno, professores de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
No caso da ergonomia residencial, deve-se analisar atividades como dormir, comer e beber, atividades de lazer, tarefas domésticas, higiene pessoal e cuidado com as crianças. O livro “Dimensionamento Humano para espaços interiores”, de Julius Pannero e Martins Zelni, analisa as várias possibilidades ergonômicas considerando os cômodos de uma casa.
Para a sala de estar, é preciso levar em consideração atividades que vão muito além do sentar. Linhas de visão, nível dos olhos e distância máxima entre as pessoas são alguns dos fatores.
Na tabela acima você consegue ter algumas referências de tamanhos, como a altura de 30 a 45 cm da mesa de centro e de 35 a 43 cm da altura da poltrona.
Na área de refeições, há referências máximas e mínimas no que tange à zona individual que cada pessoa pode ocupar.
Na tabela acima, a zona mínima individual que uma pessoa pode ocupar na mesa de refeições é de 61 cm, enquanto a ótima pode chegar a 76 cm.
No quarto, as dimensões da cama de casal variam de 121 cm a 152 cm de largura. Já quando se trata de cama de solteiro, o recomendado é de 91 a 99 cm.
Na cozinha, a zona de circulação aconselhada é de no mínimo 91 cm, enquanto a zona de trabalho das bancadas gira em torno de 91 a 121 cm.
Esses são alguns exemplos de estudos feitos para deixar a sua casa mais confortável. Quer saber mais sobre o assunto? Nossa dica é o livro Dimensionamento Humano para espaços interiores, de Julius Pannero e Martins Zelni.
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