O fim de ano sempre gera momentos de reflexão importantes. Alguns deles sempre acabam se relacionando com a nossa casa em si ou nosso jeito de morar. O Feng Shui, costume chinês que no Brasil é conhecido por trazer boas energias para casa, atrai a atenção de muitos brasileiros, que procuram informações sobre o assunto. O fim de ano torna-se, assim, o momento ideal para aplicarmos todas as nossas pesquisas sobre o tema em casa.
Casa de Praia Dorival Caymmi, das designers Bianca Coelho e Janice de Abreu para a Decora Lider Salvador.
Segundo o arquiteto Carlos Solano, autor do livro “Feng Shui – Arquitetura Ambiental Chinesa”, o Feng que conhecemos aqui no Brasil é muito diferente do praticado na China. Sua história explica um pouco as diferenças de Feng existentes. “Existem muitos Feng Shui. Ele começou há cerca de seis mil anos, com uma abordagem de leitura de paisagem. As cidades chinesas foram implantadas de acordo com esta visão. Em tempos antigos, o que determinava a sobrevivência de uma comunidade que estava sendo criada eram fatores que indicavam a saúde do lugar. Para que as plantações pudessem prosperar, era necessário saber se o local estava sujeito a inundações, secas, o clima em geral, o acesso a água corrente, o tipo de vegetação, entre outros muitos detalhes. Eles começavam do macro e iam até o micro. É como se fosse uma medicina da paisagem”, explica o arquiteto.
Na década de 1980, quando um professor chinês fugido da revolução chegou aos Estados Unidos, ele teve a ideia de adaptar o tradicional Feng Shui chinês ao ritmo de vida norte-americano. “Ele teve esta ideia de adaptar o Feng Shui, simplificá-lo e criar um método que fosse vinculado a sua visão budista e também ao público norte-americano. E isto explodiu nos anos 1980, se disseminando no mundo. Este é o Feng que as pessoas comentam e está espalhado pela mídia. O Feng tradicional é desconhecido do grande público”, esclarece Carlos.
Living e jantar na praia, de Mário Brasil para a Decora Lider Rio.
O Feng Shui que conhecemos no Brasil funciona da seguinte forma:
Você vai aplicar a roda da vida budista na casa, ou ba guá, como é mais conhecido, (vide imagem), porque na cultura chinesa macro e micro sempre se encontram. A casa é uma representação do micro cosmo pessoal e a roda da vida é um símbolo do macro cosmo humano. Quer dizer, inevitavelmente, o indivíduo passa por esta roda da vida. Então este arquétipo tem que se encaixar na casa, que é o micro pessoal, explica Carlos.
2 – Em uma folha de papel em branco, desenhe a planta da sua casa e posicione o baguá em cima. O centro do baguá deve estar sempre no centro da casa e a linha do setor do trabalho paralela a linha da entrada principal.