Móveis inspirados em uma época que marcou a história do design brasileiro são a base da coleção Mestres do Brasil. Na década de 1950, a confiança era algo latente na mentalidade brasileira. “As cidades cresciam, o país se industrializava, museus recém-inaugurados deixavam de ser monumentos de fruição à distância para se tornarem espaços de aprendizado e convivência, de experimentação, de abertura para o novo e não mais conservação do passado”, explica a professora de história do design Ethel Leon, em seu texto “Quando os móveis brasileiros entraram na modernidade”, criado especialmente para apresentar a coleção.
Essa euforia que tomava conta da época deu origem a nomes proeminentes do design brasileiro, como Sergio Rodrigues, Joaquim Tenreiro, Oscar Niemeyer, Bernardo Figueiredo, Burle Marx e Lina Bo Bardi. Outros nomes não menos importantes, mas não tão conhecidos pelo grande público também deixaram suas linhas na história do design brasileiro. Aída Boal, Branco & Preto, Carlo e Ernesto Hauner representam uma época em que o design era um reflexo das expectativas e desenvolvimento de um país. Daí surgiram os móveis modernos como conhecemos hoje, que conversam com facilidade com outros estilos. O Palácio do Itamaraty, na nova capital Brasília, com seus móveis barrocos convivendo pacificamente com as peças de Joaquim Tenreiro e Sergio Rodrigues, que o diga.
A coleção Mestres do Brasil revisita esse passado glorioso, mas sem abrir mão das influências contemporâneas. Não à toa, convidou um time seleto de novos designers para reinterpretar formas e linhas que fizeram história. História essa contada de uma nova maneira, pelo ponto de vista do nosso design feito para viver.